Veja entrevista de Aécio ao G1





Aécio anuncia em entrevista ao G1 criação de Ministério da Infraestrutura
Candidato do PSDB disse que, eleito, extinguirá o Ministério da Pesca.
Ele participou da série de entrevistas do G1 com presidenciáveis.
Do G1, em Brasília

O candidato a presidente da República pelo PSDB, o senador Aécio Neves (MG), anunciou nesta segunda-feira (4) durante entrevista ao vivo ao G1 que, se eleito, criará o Ministério da Infraestrutura e extinguirá o Ministério da Pesca. Segundo ele, a pasta da Infraestrutura reunirá setores como transporte e energia, que atualmente têm ministérios específicos.

Perguntado sobre qual pasta deixaria de existir em eventual governo tucano, ele afirmou: "Daria o exemplo do Ministério da Pesca. Não se justifica de maneira nenhuma até porque precisamos fortalecer o MInistério da Agricultura. Estamos estudando a criação de um forte ministério da Infraestrutura. Ele trataria de investimentos em rodovias, energia. Estou adiantando em primeira mão, mas não vou entrar em detalhes."

Durante pouco mais de 40 minutos, ele respondeu a perguntas de internautas e do portal, em três blocos, conduzidos pelos jornalistas Tonico Ferreira, da TV Globo, e Nathalia Passarinho, do G1. A ordem dos entrevistados (veja ao final desta reportagem) foi definida por sorteio na presença de representantes dos partidos de todos os candidatos. A candidata sorteada para o primeiro dia (28 de julho), a presidente Dilma Rousseff, não compareceu por problemas de agenda, segundo a assessoria do Palácio do Planalto. No último dia 31, foi entrevistado o candidato Zé Maria (PSTU). O próximo, na quinta-feira (7), será Mauro Iasi (PCB).

Aécio Neves reafirmou a proposta de redução para quase a metade o número de ministérios, atualmente em 39. Para o tucano, que mencionou estudo da Universidade de Cornell (EUA), "22 ou 23 ministérios" é o número "adequado".

Segundo ele, o ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia e um grupo de especialistas está "redesenhando o estado brasileiro".

Aécio disse que a criação do Ministério da Infraestrutura permitiria uma "ação estratégica" para o país, que precisa ter "marcos regulatórios claros". "Precisa ser algo que planeje, tenha interlocução com o setor privado", completou. De acordo com o presidenciável, o governo e os PT "demonizaram" as parcerias com o setor privado, mas agora "se curvam a elas com atraso enorme".

O tucano disse que pretende cortar um terço dos cargos comissionadosdo Executivo e defendeu o fim da reeleição, com a fixação de mandatos de cinco anos.

PMDB
Indagado em pergunta de um internauta se seria possível governar sem o apoio de José Sarney, Renan Calheiros e outras lideranças do PMDB - "todos adversários meus nesta campanha" -, atualmente aliados do governo, Aécio Neves respondeu que sim, mas disse que, se "quadros do partido" decidirem apoiar um eventual governo tucano, aceitará.

"Da forma como se estabelecerem as relações políticas, sim (é possivel governar sem o PMDB). Não é possivel governar nessas relações mercantilistas. Essa talvez seja uma das heranças malditas desse govero, que nivelou por baixo as relações politicas", declarou.

Aeroporto de Cláudio
Aécio Neves também foi perguntado sobre o motivo de ter levado 10 dias para admitir o uso do aeroporto de Cláudio, em Minas Gerais, em terras que pertenceram à família dele.

Ele afirmou que esperou que a denúncia fosse "esclarecida", já que num primeiro momento se afirmava que foi realizada obra pública em terreno privado.

"Isso não é um improviso. Foi feita à luz do dia, uma dessas obras foi na cidade de Cláudio, uma demanda antiga de asfaltamento de terra. A terra mais disponível era de um tio-avô meu. Houve desapropriação e ele está na Justiça até hoje. Tem quase 90 anos, está na Justiça e não recebeu um tost]ao. Quem levou vantagem nisso? O interesse do Estado foi preservado."

O tucano voltou a confirmar que usou a pista "algumas vezes", mas, segundo ele, "lamentavelmente" a Anac não homologou o logo após três anos.

Mensalão mineiro
Perguntado sobre a afirmação da presidente Dilma Rousseff de que houve "dois pesos e umas 19 medidas" no julgamento do mensalão do PT, no qual o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 24 pessoas, e sobre o mensalão tucano, em Minas Gerais, que o Supremo enviou para julgamento na primeira instância da Justiça, Aécio Neves afirmou que "são coisas distintas".

Segundo ele, o mensalão do PT "foi um grupo dentro do poder que pagava mesada a parlamentares" enquanto, no mensalão tucano, as suspeitas recaem sobre "uma campanha eleitoral".

"Vamos deixar que a Justiça julgue. O PT tem dificuldade muito grande de reconhecer seus equívocos. Recentemente, o ex-presidente da República disse que não existiu o mensalão. Eu não sou juiz, apenas acato decisões da Justiça. Vamos aguardar que a Justiça mineira

O tucano disse que "se houve algum companheiro do partido, membro do partido, que houver cometido irregularidade, não o transformaremos em herói nacional como fez o PT". "A impunidade não pode ser a regra da política."

Relações exteriores
Aécio Neves declarou que pretende "mudar o nível" das relações internacionais. Segundo ele, "política externa hoje é mercado". O candidato afirmou que uma "posição de equilíbro" orientará as relações com outros países.

"Vamos mudar o nível da nossa relação internacional. Enquanto vizinhos fizeram inúmeros acordos bilaterais, o Brasil fez só três" (Egito, Israel e Palestina), disse. "O tempo perdido não volta mais. Estamos adiando um entendimento com a União Europeia."

Ao final da entrevista, os jornalistas pediram ao candidato respostas "sim" ou "não" para perguntas num formato "pinga-fogo". Depois, ele ainda fez as considerações f