PF pede buscas na residência de Pimentel, mas STJ nega




PF pede busca na residência de Pimentel, mas STJ nega
Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
Wesley Rodrigues/Hoje em Dia

Agentes da Polícia Federal estão em frente a residência e escritório do governador Pimentel (PT)

Agentes da Polícia Federal (PF) de Brasília cumprem em Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira (25), mandados judiciais da segunda fase da operação Acrônimo, que investiga o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), e a primeira dama do estado, Carolina Oliveira. Fontes ouvidas pelo Hoje em Dia informaram que a Polícia Federal chegou a pedir ao Superior Tribunal de Justiça a realização de busca no apartamento do governador, na região Centro-Sul da capital, e na sede do PT mineiro. Porém, os mandados para estes locais foram negados.

Conforme a PF, a ação pretende cumprir 19 mandados de busca e apreensão, sendo 7 em Minas Gerais (6 em Belo Horizonte e 1 em Uberlândia), em Brasília (10), São Paulo (1) e Rio de Janeiro (1). Os mandados ocorrem na sede das empresas agência Pepper Comunicação, Diálogo, Roller Print, MDM e OPR, antiga P-21. Essa última empresa teria pertencido ao governador de Minas, o petista Fernando Pimentel, que é investigado na operação.

Em Belo Horizonte, agentes da Polícia Federal se posicionaram em frente ao escritório e à residência do governador. O prédio onde mora Pimentel fica ao lado do escritório. Um advogado e assessores de Pimentel foram ao local. A assessoria informou que a busca foi realizada no prédio onde funcionou um escritório político da campanha de 2014 do petista. Os agentes chegaram no escritório do petista por volta das 5h e saíram por volta de 11h, levando um malote de documentos e uma CPU.

Segundo a PF, uma equipe de Brasília veio para Minas para atuar na operação. Não foi expedido mandado de prisão. A operação corre em sigilo.

Durante a primeira etapa da operação, em abril, os federais realizaram busca e apreensão de documentos nas empresas de Bené e em um imóvel usado até o ano passado por Carolina Oliveira, em Brasília.

Em 19 de junho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu um inquérito que apura o suposto envolvimento de Pimentel no esquema de lavagem de dinheiro operado por Bené por meio de contratos milionários com o governo federal, além de indícios de crimes eleitorais na campanha do PT em Minas em 2014.

Carolina, por meio de advogado, refuta qualquer envolvimento. Já o governador mineiro tem evitado até agora falar sobre a investigação. No STJ, o inquérito contra Pimentel está sob a relatoria do ministro Hernan Benjamin. A Acrônimo foi iniciada em outubro do ano passado, quando a PF apreendeu, em Brasília, R$ 113 mil em espécie dentro do avião de Bené, que vinha de Belo Horizonte. A Gráfica e Editora Brasil, controlada por Bené, foi contratada para prestar serviços na campanha de Pimentel ao governo de Minas. Além da capital mineira, a PF cumpre mandados em São Paulo. O ex-deputado federal petista Virgílio Guimarães também está entre os investigados.

Atualizada às 11h