Propina: Governador Pimentel recebeu R$ 3 milhões da OAS no Uruguais, segundo delator Bené



OAS deu R$ 3 milhões a Pimentel em troca de intermediação no Uruguai, di
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O empresário afirmou, em delação, que o governador mineiro havia ajudado a empreiteira a conseguir um contrato


Num dos trechos da delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal na Operação Acrônimo e ao qual EXPRESSO obteve acesso com exclusividade, o empresário Benedito de Oliveira, o Bené, disse que a empreiteira OAS doou R$ 3 milhões em dinheiro vivo para a campanha do governador mineiro, Fernando Pimentel, em 2014. Em troca, afirmou Bené, Pimentel ajudou a empreiteira a conseguir um contrato para a construção de um gasoduto no Uruguai, pois Pimentel, segundo o empresário, conhecia o chefe de gabinete do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica. Bené conta ter estado, com a anuência de Pimentel, em contato com dois representantes da construtora OAS: Jorge Fontes e Machado (investigadores suspeitam que seja Ramilton Machado, diretor da empresa) para negociar os termos da doação.

De acordo com Bené, Pimentel, que chefiava o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pediu a ele que tentasse obter R$ 5 milhões em propina da empreiteira, em vez dos R$ 3 milhões combinados anteriormente, mas que a tentativa não foi exitosa. Bené afirmou que foi acertada a entrega de dinheiro, em seis datas, em Belo Horizonte a um sócio de Fernando Pimentel. Depois disso, afirmou Bené, não soube o destino do dinheiro.

Procurada pela EXPRESSO, a OAS disse que não se manifestaria sobre o assunto. O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, afirmou: “Tais notícias são absolutamente falsas, uma a uma, e demonstram, em tese, o desespero de quem está disposto a alimentar o imaginário acusatório e de prévia condenação que assola o Brasil há tempos”. Pacelli afirmou também: “Tudo indica que delações como essas constituem o cardápio principal servido nas prisões nacionais. Nos próximos dias, sairá mais um [referência a Bené], para prisão domiciliar, com pequeníssima devolução do que subtraiu: para alguns, o crime realmente compensa!”.